sábado, 12 de março de 2011

O Dia Seguinte

Tinham começado a delinear uma pequena história e estava quase decidido a iniciar a publicação.
Os traços gerais estavam anotados, deste vez num caderno, o que não me ajudou, já que fui emendando, alterando, corrigindo e acabei por ficar sem nada.
É, reconheço, uma característica da minha personalidade, que já é tarde para mudar e nem sequer sei se o resultado seria diferente. Eu troco de ideias, sempre que me apercebo de que poderei estar a jogar, com cartas marcadas.
Então escondo-me de mim mesmo e fabrico imagens como disfarce.
Porque, quero ser eu, apenas eu, com todos os defeitos, mesmo o de parecer uma ovelha tresmalhada e muitas vezes perdida.
Estava eu a deambular, por um caminho sem saber onde queria chegar, quando a Televisão aberta mas sem som, o que recomendo vivamente, me deixou pregado às imagens do sismo no Japão.
Fiquei em silêncio, por muito tempo, olhando a fúria da Natureza e pensando que os meus dramas existenciais eram, afinal, tão insignificantes.
Vejam que até me esqueci, que tencionava ler a opinião dos entendidos do costume, sobre o teor do discurso, discurso? Eu disse discurso? Peço perdão, da comunicação, também não era, porque não comunicou nada, enfim a opinião sobre um pobre texto escrito para alguém que pouco tem a dizer, e cujos dotes oratórios, não destoam da pobreza Franciscana das intervenções na casa da Democracia. Esta imagem, Casa da Democracia, que já ouvi alguém pronunciar, caiu como mosca no mel.
Eu não vos disse que tudo o que havia ensaiado e anotado estava truncado? Aqui está a prova, já me perdi mas, teimoso como sou, não vou voltar atrás para rever.
No meio da mediocridade deste amontoado de lugares comuns, prefiro acabar, não deixando imagens do tsunami, por que já as viram, pelo menos, umas quarenta vezes, e sim a beleza do que a Natureza ainda nos vai oferecendo. Por enquanto

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