sexta-feira, 25 de março de 2011

POR AMOR

10 – TEMPO DE CHORAR

Os receios tinham terminado. Com poucas palavras e muitos beijos, o amor tinha vencido.
Naquela noite um e outro tinham renascido. Para o dia de amanhã, para os dias do futuro. O amanhecer não mais seria uma incerteza. Amavam-se e assim, juntos e de mãos dadas, eram capazes de enfrentar o mundo.
Naquela noite não foram só os corações que se abriram ao amor, também se libertaram do domínio dos sentidos, assumindo sem pudor o despertar duma paixão amordaçada.
Fora, mais do que tudo, um acto de libertação.
Ambos sabiam que as suas vidas teriam de mudar. O passado seria esquecido ou ficaria apenas como uma leve recordação.
Mas nada esconderam, contaram o passado e acreditaram no futuro.
Afinal, podiam ser felizes em qualquer lugar, desde que estivessem unidos pelo amor.
O sol tinha despontado, ainda tímido, por entre a névoa da manhã. Para os dois amantes, o sol brilhava só para eles, como se quisesse ser a testemunha daqueles seres sofridos, agora iluminados pela luz.
E uma lágrima de felicidade brilhou nos olhos vivos e despertos.
Era pelas dores que de repente se tinham apagado, pelos sonhos que se tinham tornado realidade e pelas dúvidas agora esperanças. Era tempo de chorar pelos anos perdidos.
E tudo o que naquela noite intemporal, haviam partilhado, vencendo dúvidas e angústias, medos e desesperanças, tudo fora POR AMOR.

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