Dizem as estatísticas que o País perde mais de dez mil pessoas por mês, que vão em busca do futuro.
Serão sobretudo jovens, aqueles que se recusaram a dobrar os joelhos e escolheram partir.
" Partir é morrer um pouco", escreveu o Poeta, mas por entre as lágrimas da despedida haverá esperança.
Fica a dor da partida, porque partir tem sido o nosso fado.
PARTIDA
I
Como uma flor incerta entre os teus dedos
Há harmonia de um bailar sem fim,
E tens o silêncio indizível dum jardim
Invadido de luar e de segredos.
II
Nas tuas mãos trazias o meu mundo,
Para mim dos teus gostos escorriam
Estrelas infinitas, mar sem fundo
E nos teus olhos os mitos principiam.
Em ti eu conheci jardins distantes
E disseste-me a vida dos rochedos
E juntos penetrámos nos segredos
Das vozes dos silêncios dos instantes.
III
Os teus olhos são lagos e são fontes,
E em todo o teu ser existe
O sonho grave, nítido e triste
De uma paisagem de pinhais e montes.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Nós que que ficamos, de olhos secos e vazios e aguardando a passagem da barca, relembraremos as injustiças de um mundo doente e gritaremos, com a voz sumida pelo desespero,
"não voltem",
esqueçam este País de servos. O futuro já não mora aqui.
Serão sobretudo jovens, aqueles que se recusaram a dobrar os joelhos e escolheram partir.
" Partir é morrer um pouco", escreveu o Poeta, mas por entre as lágrimas da despedida haverá esperança.
Fica a dor da partida, porque partir tem sido o nosso fado.
PARTIDA
I
Como uma flor incerta entre os teus dedos
Há harmonia de um bailar sem fim,
E tens o silêncio indizível dum jardim
Invadido de luar e de segredos.
II
Nas tuas mãos trazias o meu mundo,
Para mim dos teus gostos escorriam
Estrelas infinitas, mar sem fundo
E nos teus olhos os mitos principiam.
Em ti eu conheci jardins distantes
E disseste-me a vida dos rochedos
E juntos penetrámos nos segredos
Das vozes dos silêncios dos instantes.
III
Os teus olhos são lagos e são fontes,
E em todo o teu ser existe
O sonho grave, nítido e triste
De uma paisagem de pinhais e montes.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
Nós que que ficamos, de olhos secos e vazios e aguardando a passagem da barca, relembraremos as injustiças de um mundo doente e gritaremos, com a voz sumida pelo desespero,
"não voltem",
esqueçam este País de servos. O futuro já não mora aqui.
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