sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

HISTÓRIAS SINGULARES

Andei afastado do computador. Resolvera parar porque o vício de escrever estava a dirigir o meu dia e a necessidade de alimentar o vício e, assim como um fumador que já fui, obriga a escrever não importa o quê, tornando-se uma necessidade absurda, quase uma dependência. Aproveitei algum mal-estar para repensar. Como os fumadores que tentam deixar o tabaco e não conseguem senão fumar ainda mais, também eu me deixei arrastar para o local do crime. Voltei ao computador. Aqui estou, confesso que receoso, porque não tinha uma ideia sequer, do que havia de dizer. Para recomeçar, escrevi um texto no meu outro blogue. Foi o caminho mais fácil, porque falar da política, dos políticos e de toda a gente que gravita em seu redor procurando umas migalhas, é sempre matéria que, apesar do nojo, do vómito e da raiva me deixa mais tranquilo. E é essa tranquilidade quase dormente que me cala a revolta. Depois fui rever pela terceira vez um filme que me marcou. A história falava de amor e de guerra. E foi um choque assistir ao drama daquela família, principalmente à destruição lenta dos sonhos de um Pai que vê desabar tudo em que acreditara. A colocação no mastro da Bandeira invertida soa como um grito de ajuda, que ninguém ouvirá. E então essa maneira subtil de abordar o tema da guerra do Iraque, trouxe-me à memória histórias esquecidas. Sim, histórias singulares de uma guerra que marcou a minha geração, e que eu vivi, quase cinquenta anos atrás. São esses fragmentos que vou tentar contar.



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