Será sinal dos tempos?
Talvez cansaço e desesperança e mudei de rumo. Olhei para o passado, o futuro que me resta não me seduz.
Talvez cansaço e desesperança e mudei de rumo. Olhei para o passado, o futuro que me resta não me seduz.
Porque eu sempre pensei que os horrores do século passado pertenciam à história, que os erros cometidos tinham servido de lição e dou por mim a pensar que o século XXI, talvez não seja o século da paz, da cultura, do desenvolvimento, do saber, da fraternidade e dos grandes avanços da tecnologia, mas ao serviço do homem.
É que quem se lembra, porque viveu ou porque estudou ou ouviu contar, o século passado foi marcado por guerras sangrentas, que dizimaram dezenas de milhões de pessoas, numa velha Europa dividida, palco de todas as transformações sociais, desde a primeira guerra mundial, à revolução e o triunfo da revolução bolchevique, à ascensão dos regimes fascistas e do regime nazi, prenúncio da hecatombe da segunda guerra mundial, com a maldição dos nacionalismos e o rasto de mais milhões de mortos, nos campos de batalha, nas cidades e nos campos de extermínio, acreditava que, na segunda metade do século seria como a nova antecâmara do futuro.
E havia razões para acreditar e também eu me iludi.
As guerras continuavam a existir, mas bem longe, seguiram para o Vietname,
E para a África Portuguesa
Entretanto, longe do flagelo, a Alemanha, responsável por duas guerras mundiais e pelos horrores da limpeza étnica, estava, finalmente em fase de integrar o conceito Europeu e por isso foi uma das signatárias do tratado de Roma, no ano de 1957.
Estava lançado o desafio.
Depois foram os loucos anos em que tudo era permitido esperar, Paz, amor e liberdade.
Quem os viveu nunca mais os irá esquecer.
Pois como esquecer o Maio de 1966 em França?
e a morte do “Che” em 1967?
Neste canto quase esquecido, em 1968 uma cadeira fez o que o povo havia tentado mas não conseguira. O Ditador caiu da cadeira e do poder, abrindo caminho de liberdade, que chegou numa madrugada de Abril. Portugal, enfim, já não sentia vergonha.
Foram momentos em que num único dia se vivia mais do em toda a vida.
A vizinha e mal amada Espanha esperou por 1975, ano em que o ditador Franco morreu. E a democracia chegou a um povo que havia sido dilacerado por uma guerra fratricida.
Depois foi uma fuga para a frente. De tratado em tratado, novos países escolheram o caminho da Europa sem que, salvo uma ou outra excepção, alguma vez o povo, tenha sido chamado a sufragar o caminho seguido
Em 1992, foi assinado o Tratado da União Europeia, ou de Maastricht, que consagrou o nome União Europeia e lançou as bases para a moeda única.
Pelo caminho ficaram novas guerras na Europa. A morte de Tito trouxe o pretexto para a destruição da Jugoslávia. À força de bombardeamentos, de crimes contra a humanidade, cenas de uma dureza atroz, gritos de pavor e de ódio adormecido que despertou velhas rivalidades e transformou os Balcãs num inferno.
Mas o caminho estava agora traçado. Uma conturbada sessão nocturna em Bruxelas a 2 de Maio de 1998 foi decidido que a União Europeia teria uma moeda comum.
E até nós, os naturais deste rectângulo à beira mar plantado e esquecido, celebramos essa conquista.
O então chanceler federal alemão, Helmut Kohl, considerou a decisão de importância histórica: "A união económica e monetária é uma resposta decisiva à competitividade internacional cada vez mais acirrada, não só entre países, mas entre grandes regiões no mundo. Por isso a importância da zona do Euro, em que residem 300 milhões de pessoas, que ganham 20% dos rendimentos no mundo, uma situação comparável à dos Estados Unidos".
E de repente, com a queda do muro de Berlim a Europa parecia um oásis de paz e prosperidade.
E a Alemanha ganhava o protagonismo que tanto procurou.
O Euro aproximava-se como símbolo da esperança. Afinal depois de tanta guerra, de tanta miséria, de tanta injustiça, de tanta pobreza, o século XX preparava-se para dar lugar ao século XXI, ao tempo dos prodígios.
E a Alemanha ganhava o protagonismo que tanto procurou.
O Euro aproximava-se como símbolo da esperança. Afinal depois de tanta guerra, de tanta miséria, de tanta injustiça, de tanta pobreza, o século XX preparava-se para dar lugar ao século XXI, ao tempo dos prodígios.
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