domingo, 25 de setembro de 2016

DOIS VIZINHOS – O MESMO DESTINO


1 - PORTUGAL

Nos finais do ano 1928 Portugal, este País pobre, e não um pobre País, começou a viver um longo período da sua história, onde sentiu as dores da esperança perdida.

 Tantos anos de uma governação de um só homem que soubera moldar os seus mais fiéis servidores, criando algumas oportunidades como prémio para esses e uma polícia política que se encarregava de prender, torturar, matar e deportar para campos de concentração nas colonias, aqueles que ousavam dizer não.

Foi uma década de ilusão e os problemas da sociedade multiplicaram-se. Neste pobre País sem esperança o caminho foi a partida para as américas, seguindo as pisadas dos nossos antepassados. A emigração deixou muitas famílias destroçadas, mães que tinham que criar os filhos alimentando-os com o que a terra dava, enquanto os maridos regavam com o seu suor as terras, quase virgens, do novo mundo.

E os Portugueses que, séculos atrás, tinham indicado novos caminhos ao, voltaram a embarcar no sonho de uma vida melhor.

Para trás deixaram a esperança que se veio a tornar um pesadelo, com fome, exploração, miséria e a guerra colonial que ceifara tantos jovens.

Acordaram em Abril de 1974, o mês das flores e a revolução dos cravos.

Desse período, talvez venha a encontrar nas minhas memórias histórias que, por terem sido dolorosas, não consegui a distância suficiente para as contar.






2 - ESPANHA

Sem esperança viviam também os nossos vizinhos, esquecidos pelo ditador que encheu a Espanha de dor e lágrimas. Fora ele o chefe da guerra civil Espanhola, comandando o massacre dos que pretendiam viver em democracia e defendiam a república.

A guerra civil Espanhola, com começou em 1936 foi, alguém disse e escreveu, a última guerra romântica. Contra a barbárie dos chamados nacionalistas, vieram juntar-se às forças republicanas milhares de sonhadores, de poetas e de escritores.

E será da guerra civil Espanhola que começarei a contar uma história envolvendo heróis acidentais.

 

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