7 – O CAPÍTULO
FINAL
Em Londres,
Íris teria uma carrinha do teatro à sua espera, isso lhe havia sido assegurado
pelo agente. Depois teria lugar num apartamento, perto de Westminster mas que iria
partilhar com outras colegas.
Que pena, murmurou para Pedro, vai ser difícil arranjar tempo e lugar para os nossos encontros. Porque não me vou esquecer desta viajem, trocando carinhos e paixões sob o céu de estrelas. Temos de continuar a viver e aprofundar o sonho. Para mim será um renascer e o Pedro?
Que pena, murmurou para Pedro, vai ser difícil arranjar tempo e lugar para os nossos encontros. Porque não me vou esquecer desta viajem, trocando carinhos e paixões sob o céu de estrelas. Temos de continuar a viver e aprofundar o sonho. Para mim será um renascer e o Pedro?
- Eu,
respondeu, irei ficar por Londres. Não regressarei ao meu País, na realidade
sem família próxima, sem obrigações, apenas dele guardo o sol e a luz da minha
cidade. Mas isso agrava a minha nostalgia.
Londres será
o meu local de trabalho. Consultor de investimentos, nada de mais prosaico como
calcula. Certamente que o destino que nos colocou lado a lado num avião
cruzando o Oceano, será responsável por novos encontros. Eu farei por isso e
esperarei pela Ísis, prometo.
Separaram-se
no controlo de saídas no terminal. Pedro caminhou e juntou-se à fila dos
passageiros aguardando táxi. Ísis saiu, leu o nome no cartão que uma senhora exibia e logo entrou numa carrinha. Acenou para Pedro, mandou-lhe um beijo e
partiu.
Pedro hesitou
mas viu no olhar de Iris um convite que não soube recusar. Saiu da fila correu
para a carrinha e, num impulso comandado pelo coração, esquecendo a lição de
vida, estendeu um cartão-de-visita, dizendo:
- Esperarei
por ti!
Depois regressou à fila e retomou os cuidados de sempre. Um táxi que mandou parar perto duma estação de metro, que utilizou para uma viajem de três ou quatro estações, saiu, andou a pé até uma paragem de autocarro que servia a linha que usava quando regressava a casa, um apartamento num prédio discreto numa rua de Newington, subúrbio quase desconhecido da cidade de Londres.
Depois regressou à fila e retomou os cuidados de sempre. Um táxi que mandou parar perto duma estação de metro, que utilizou para uma viajem de três ou quatro estações, saiu, andou a pé até uma paragem de autocarro que servia a linha que usava quando regressava a casa, um apartamento num prédio discreto numa rua de Newington, subúrbio quase desconhecido da cidade de Londres.
Pedro sempre
se habituara a mudar com frequência o seu domicílio. Nunca o usava por mais de
seis meses. Este era o mais recente e dava-lhe o sossego que sempre procurara.
Aguardava um
telefonema de Ísis e cada dia que passava mais desejo sentia de a reencontrar.
Sem notícias, compreendia que ela estaria extenuada com os ensaios, lembrou-se
que não sabia sequer o nome do teatro ou do espetáculo e resolveu fazer uma
pesquisa, assistindo aos espetáculos em cena ou, quando não conseguia bilhete,
aguardava a saída dos protagonistas.
Apesar de ter
especial atenção à saída dos grupos de artistas, nunca mais a viu.
Desistiu,
restava-lhe aguardar.
Uma noite
fria e escura de Outono regressou a casa usando a precaução habitual. Evitou o
ascensor, subiu as escadas para o quarto piso, desceu dois, abriu a porta do apartamento
e, de repente, parou. Sentira um aviso de perigo, aquele instinto que tantas
vezes o salvara. Não reagiu, estava cansado mas sentiu uma dor bem funda que
lhe despedaçara a defesa. Sim, reconheceu, tinha chegado a sua hora.
Não queria
morrer pelas costas, voltou-se lentamente e sorriu. Sem surpresa, reconheceu
antes de receber o tiro final, o odor dum perfume que o capturara e os olhos
outrora doces, agora frios, duma mulher de farta cabeleira loira. Ísis cumprira
a sua missão.
F I M
Sem comentários:
Enviar um comentário