Confesso. A estória que acabei de escrever,
deixou-me cansado e perdido.
Na realidade
os sonhos têm um preço e quem não sonha e não disser presente quando a conta
lhe for apresentada, passará pela vida como um, entre milhões. Desiludido ou
pior ainda, conformado.
Desiludido comigo mesmo é como me sinto. Ousei
sonhar e escrever e a conta que vou ter que pagar é dura. Proíbo-me de reler o
que escrevi.
Mas também reconheço que muitos dos que o único
sonho que tiveram na vida foi sobreviver, acabaram ricos, conhecidos,
respeitados, figuras marcantes da sociedade medíocre em que vivemos.
Este não é o meu caso.
Aprendi, desde muito novo, e já lá vão muitos anos
e não esqueci, que ser esperto é condição essencial e obrigatória para atingir
um fim. Ser rico, conhecido e respeitado pelos aduladores que vivem na sombra
aproveitando as migalhas que lhes são dadas.
Apesar do que aprendi, falhei. Nem riqueza nem
reconhecimento público. Fiquei condenado a escrever as histórias sem revisão,
sem preocupações de semântica ou até de ortografia. Escrever tem sido a terapia
que me faz bem.
Quero
continuar a contar histórias mas preciso de um período de descanso. Entre uma
história que se acaba e outra que se quer começar, existirá sempre, e isso só é
válido no meu caso, um “INTERMEZZO”.
Sem comentários:
Enviar um comentário