COINCIDÊNCIAS
A semana passada terminou com um número de circo.
Ainda os aplausos, tímidos e alguns assobios estavam bem presentes e quatro dias passados, já a exibição se repetia. Desta vez ouvimos palmas, demos abraços o que sempre conforta.
Algo me diz que comecei mal este texto. Eu não estava a falar do que podem pensar. A minha arte favorita não será o circo, excepção para os palhaços quando ainda têm alma.
Foi uma rasteira que a mente me pregou. Eu nem me teria apercebido de tal. Mas hoje li como sempre faço, um pequeno cartoon impresso numa das páginas do jornal que costumo comprar. O diário é o Público e o cartoon comentava a estranha coincidência ou não, de os inteligentes assessores do governo, terem escolhido os dias em que a selecção de futebol jogava, partidas muito difíceis perante adversários de primeira ordem para se dirigirem ao Povo. O boneco, com o humor com que autor lhe dá vida, perguntava era quando é que a selecção voltaria a jogar.
E foi assim que numas tardes inesquecíveis os iluminados falaram, prometendo o leite e o mel aos ricos, porque o merecem, e a cicuta aos malandros, que ainda teimam em sobreviver.
E foi assim que numas tardes inesquecíveis os iluminados falaram, prometendo o leite e o mel aos ricos, porque o merecem, e a cicuta aos malandros, que ainda teimam em sobreviver.
Posso garantir que eu só estava a pensar no futebol e nas alegrias que se adivinham num futuro não muito distante. Cinco ou vinte anos não interessa, há que ter esperança.
Porém, mesmo não dando importância às conversas dos iluminados que cumprem o seu papel, eles lá saberão qual é, eu não sei nem quero saber, o gosto a fel fez-me desviar do tema escolhido. O futebol é matéria que domino quase tanto, como os oradores sabem de economia.
Porém, mesmo não dando importância às conversas dos iluminados que cumprem o seu papel, eles lá saberão qual é, eu não sei nem quero saber, o gosto a fel fez-me desviar do tema escolhido. O futebol é matéria que domino quase tanto, como os oradores sabem de economia.
Acabei por deitar fora a água com que limpei o sabor amargo e com ela mandei passear o futebol.
Vou falar de cinema, publicando imagens de um filme que poderá ser entendido como uma premonição do que nos espera, a pobreza e a miséria. E sem esperança, que é o que dói mais.
O filme, Ladrões de Bicicletas foi dirigido em 1948, por Vittorio de Sica.
Esqueçam por momentos o triste espectáculo a que assistiram, os jogos e as conversas em família, por coincidência, nos mesmos dias.
Ganhem vontade de ver ou rever um grande filme. Não se arrependerão
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