sábado, 28 de janeiro de 2012

ESTA EUROPA

Quando a União Europeia foi pensada os Pais da ideia e os que lhe deram seguimento, pensaram uma coisa mas afinal, hoje é uma realidade diferente. Seria uma Europa de Pátrias, não haveria perdas de soberania, o objectivo seria a criação de um espaço de liberdade e de progresso. Fazia todo o sentido. A Europa atravessara na primeira metade do século vinte duas guerras mundiais terríveis pelo que urgia criar mecanismos para que a tragédia se não repetisse. E sob a direcção de políticos com prestígio, foram eliminando os azedumes e convergindo esforços.
Depois alargaram o seu projecto, aliciaram Países que não reuniam as condições para a adesão e que na mira de receberem os fundos estruturais, aldrabaram as contas, venderam a agricultura e as pescas, receberam rios de dinheiro que, no nosso caso encheram os bolsos de muita gente. Aliás os mesmos de sempre. Foram os anos de glória do Cavaquismo, e disso pouca coisa ficou. Que me lembre assim de repente, ficou o CCB e um bando de tesos que viraram ricos e anafados.
Depois foi a criação do Euro, e a contabilidade criativa foi de novo a porta de entrada. E um a um todos se foram sentar em Bruxelas ou e Estrasburgo. Dava para tudo. Até que um dia a bolha estoirou e a fraternidade e cooperação foram por água abaixo e cada um passou a olhar para o rabo a arder. Foi o salve-se quem puder e todos ficaram nas mão da Alemanha da senhora Merkel.
Agora já exige que a Grécia prescinda da soberania em termos orçamentais para receber a ajuda que a vai empurrar para o fundo do mar. Depois, daqui por algum tempo seremos nós e a Irlanda, depois a Itália que já está na corrida e a Espanha que se aproxima apoiada nos seus cinco milhões e trezentos mil desempregados. A França não ficará a rir por muito tempo, apesar do namoro Sarkozy/Merkel.
Quer dizer para que tudo se componha o Banco Central Europeu passa a ser Banco Central da Alemanha, poderá emitir moeda e títulos de dívida, mas os pedintes terão que aceitar ser uma um província ou uma freguesia da Grande Alemanha. Mas isso não era parecido com a doutrina do Adolf? Querem ver que ele já voltou e ninguém deu por isso? A nossa sorte e dos Países periféricos é que em Bruxelas existe uma Comissão Europeia, liderada por um mordomo bem-falante e que abre as portas e serve as bebidas, sempre que a chanceler alemã passa por lá. É fraco consolo, mas sempre poderá meter uma cunha a nosso favor. Os outros que se lixem. Em Estrasburgo temos a outra força de bloqueio, um Parlamento Europeu que aprova, o quê? Não percebi, peço desculpa.
Eu como se depreende não conseguia perceber para que servia a Comissão Europeia. Mas estava, mais uma vez, enganado. Reparam nesta notícia publicado no jornal Público, cito: A Comissão Europeia abriu um processo de infracção contra Portugal e outros 12 Estados membros pelo atraso na aplicação da legislação sobre as gaiolas das galinhas poedeiras. Até que enfim alguém se lembrou das pobres galinhas. Tenhamos esperança. Ainda um dia ouviremos a Comissão punir os Governos que têm maltratado os seus habitantes. Mas fica a pergunta. - Oh Ministra, então a senhora que tem no seu gabinete uma série de ajudantes sem nada para fazer, não acode às pobres galinhas? Olhe que elas não votam mas também têm cristas na cabeça. Pelo menos isso.

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