domingo, 13 de março de 2011

AS REDES SOCIAIS

Deixem-me sonhar e recordar o tempo em que não havia internet nem o flagelo das redes sociais. A comunicação fazia-se olhos nos olhos, partilhando os segredos, fazendo com que a amizade fosse um bem intocável. Deixem que me lembre o hábito de discutir a vida, fazendo as interrogações sobre o nosso futuro, enquanto se bebia um café na esplanada do costume.
Os mais afortunados tinham acesso ao único meio que nos ligava ao mundo.
A RÁDIO.
A rádio foi para a minha geração como a internet de hoje e garanto que tinha uma vantagem. Era a proximidade, a voz dos locutores, dos actores e actrizes que, no meu caso, me ajudaram a ler e a gostar de poesia e de teatro.
Ouvir as peças de teatro que a rádio transmitia era um momento de silêncio, de partilha, de companhia. E passei muitos desses momentos, na companhia de uma familiar que já nos deixou e da minha Irmã mais nova e cúmplice, que estou certo também guarda essas recordações, ouvindo a peças de teatro adaptadas para a rádio, algumas das quais tenho presente.”O Moinho à Beira do Rio”, adaptação do romance da escritora George Eliot, ou “ O Monte dos Vendavais” extraído do romance de Emily Bronte.
Também a literatura nos ocupava os tempos livres. Quantas vezes não li o “ Filho Pródigo” ou “O Filho de Agar” do escritor Hall Caine ou as “ As Três Filhas da Senhora Liang” da Pearl. S. Buck?
Alguns anos mais tarde tive acesso a um móvel bem bonito e moderno pois tinha para além do rádio, um gira discos.
Já estava no início dos anos sessenta, e recordo de alguns discos de 48 rotações, com o Paul Anka e as suas primeiras e mais conhecidas canções, “Diana”e You are My Destiny” e o “Oh! Carol” do Neil Sedaka e até dum álbum de 33 rotações da orquestra e coros sob a direcção do Ray Connif que, embora fosse considerado o “Easy Listening”, interpretava músicas bem bonitas.
O que eu não me lembrava, e lá tive de recorrer a internet era que Paul Anka, que terá hoje a minha idade e se nunca foi um cantor de top, foi, todavia um excelente compositor.
E talvez da mais emblemática canção, inspirando-se da música "Comme d'habitude" do cantor francês Claude François.
É para mim um prazer enorme,fechar os olhos enquanto vou ouvir esta canção na voz Frank Sinatra. MY WAY.

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