Hoje é dia de reflexão. Vai um pouco atrasado, devia tê-lo feito no sábado antes das recentes eleições mas por qualquer razão que nem me lembro qual foi, não o fiz.
Não fiz reflexão e só fui votar porque o nosso distinto e simples Presidente avisou que se o não fizesse não teria o direito de criticar.
O nosso Presidente é uma pessoa que me merece todo o respeito, e embora a maior parte das vezes não entenda o que ele diz, eu acredito.
Sou por isso uma pessoa crédula.
Estava a dizer que hoje iria ser um dia de reflexão, porque alguém teria falado no meu nome para ocupar uma Secretaria de Estado de qualquer coisa, e a informação chegou aos meus ouvidos, vinda de fonte digna de confiança.
Fiquei admirado, não pertenço a nenhum partido, não sou comentador encartado, não sou empresário, não fundei um Banco, não tenho contas no offshore, nunca fui Presidente de Junta de Freguesia, nunca escrevi os discursos nem do Sócrates nem do Presidente enfim nunca fui um simpatizante exemplar, do tipo Maria vai com as outras, pelo que pus algumas reservas sobre a eventual consulta.
Mas confesso que fiquei ansioso, quem não ficaria?
Afinal fui apenas vítima de um engano. Uma pessoa que eu nunca conhecera, estabeleceu o contacto, tratando-me com todo o respeito por Doutor Barreto isto, mais Doutor Barreto aquilo, mais Doutor Barreto para acolá e com tanta deferência logo percebi o engano. Desculpável, aliás. Acontece que eu também tenho no meu Boletim de Eleitor o meu sobrenome Barreto, e calculem o embaraço, voto em Massamá.
O Barreto que o diligente assessor procurava não era eu, era outro está bem de ver.
Fiquei, confesso, com um amargo de boca. Eu por momentos vi-me de mangas arregaçadas, como tantos outros que já estão, pelo que ouvi dizer.
Com tudo isto esqueci porque é que afinal, para além do lapso do assessor, mantive o dia de reflexão?
Já sei! Não sabia o que escrever, já tinha publicado duzentos textos que, ainda que só espreitados por engano, envolveram pelo menos um toque no teclado de mais de duas mil pessoas, desde o nosso torrão, passando pelo Brasil, pelos EUA, pela Malásia, Singapura, Alemanha e três ou quatro Espanhóis.
Isso deu-me que pensar. Mas só sei dizer: SARAVÁ
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