domingo, 6 de fevereiro de 2011

OS CRIMES DO X




12º. Episódio
Sábado, 14 de Novembro 2009
Eram nove horas quando o Inspector se juntou aos dois colegas que o agradavam no gabinete. Estavam a ler nos jornais as notícias do homicídio do dia anterior.
Cada jornal à sua maneira. Alguns optaram por dar mais destaque à violência do crime, com algumas fotografias e declarações de vizinhos e curiosos que encontraram no local, que falaram e apenas repetiram, o que tinham ouvir dizer.
Um outro chamava a atenção para os contornos do crime e citavam fontes, não identificadas, que afirmavam que o método e a mensagem, provas idênticas aos outros crimes anteriores, indiciavam que o crime fora cometido pelo mesmo indivíduo.
Porém, noutro jornal, o jornalista defendia a tese de que, as duas primeiras vítimas teriam sido um ensaio, para despistar um planeado ajuste de contas entre bandos rivais.
Ao fim e ao cabo estão como nós, a apalpar terreno, remata Figueiredo, atirando os jornais para cima da mesa.
Monteiro ouviu o desalento dos colegas e informou que acabara de ter um conversa com Director Geral. Nós achamos que avançamos muito, mas na realidade nem estamos de acordo quanto ao caminho. Temos mais uma semana e se não houver nenhum desenvolvimento, a equipa irá ocupar-se de outros crimes, e o caso que seguimos deixará de ser uma prioridade.
Por isso, temos pela frente uma semana decisiva. Figueiredo e o Frederico dividam os casos listados. Só vale a pena se forem crimes violentos em que as vítimas ou familiares muito próximas, sejam contactáveis. Eu vou tentar encontrar uma ligação com o traficante assassinado.
O Inspector deixou para os colegas a escolha, saiu do gabinete com o semblante mais carregado do que lhe era habitual. Ele sentia que tinha de ir pedir ajuda, mas isso sempre um deixava um pouco constrangido.
No decorrer das investigações que já tinham conduzido, Monteiro conheceu gente que, de uma forma indirecta mas bem informada, conheciam os meandros do crime. E foi a uma dessas fontes que decidiu recorrer. Não eram citados nomes, conheciam-se e, mesmo que em campos opostos, havia respeito entre os dois.
Num gabinete, dissimulado atrás de um biombo de vidro opaco, num escritório amplo com mais de uma dezena de funcionários, era ali que o Empresário recebia o Inspector. Estava à porta do gabinete, convidou-o para a poltrona, ao lado de uma pequena mesa com bebidas, comentando: - Estava a ver que o meu caro amigo não me visitava para uma bebida. Bebe o costume?
Monteiro, deixa-se cair no sofá, aceita a bebida, olha nos olhos o interlocutor e dispara:
- O tipo que foi despachado ontem no prédio em Telheiras, eram alguém importante para ser silenciado?
- Meu amigo, o cavalheiro era um criminoso fugido à polícia de vários países. Era esperto e violento. Não era importante, mas fazia por parecer.
Pertenceu à máfia Russa, mas teve problemas. Eu estou convencido que ele estaria condenado a desaparecer da circulação. Mas atenção siga outro caminho, ele não foi morto por razões de negócios ou por concorrentes. Alguém a quem ele fez muito mal, e houve tanta gente, despachou-o e ainda que bem que o fez.
Quer aceitar um conselho meu? Procure o passado. Ele fez mal a muita gente e nunca foi sequer incriminado. Vá por aí, é o caminho que deve seguir. Pegou num papel escreveu um nome e um número de telemóvel e deu-o ao Polícia. Só para sua orientação. Esta pessoa conheceu bem esse cavalheiro. Desligou-se quando na verdade o conheceu. Safou-se porque lhe fez constar que tinha entregue a pessoa de confiança, um dossier onde o incriminava numa série de crimes.
Presumo que essa pessoa de pessoa de confiança é o meu amigo. Estou certo, perguntou o Polícia?
Não interessa. Gostei de o ver e volte sempre, nem que seja para saborear este “scotch” que a mim e a sim, tanto agrada.

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