terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

OS CRIMES DO X




7º. Episódio
Sexta-feira, 13 de Novembro 2009 – 8 horas
O subinspector Figueiredo entra no gabinete e o chefe lá se encontrava. Bom dia, espero como teu amigo, que tenhas tido algum descanso. Mas o teu aspecto, não me garante que assim tenha sido. Estarei certo?
Sabes meu amigo, quando entramos numa casa sem vida, sem choros e gritos de crianças, sem o beijo amigo da companheira, é como se estivéssemos num quarto escuro, onde a solidão nos faz doer, e nos quer aprisionar para sempre. Falta o ar, queremos fugir daquele buraco escuro, e o corpo está inerte. Ou dormimos logo ou é mais uma noite de insónia. Foi o que aconteceu esta noite. Assim vim logo pela manhã.
Olha Monteiro, eu já te alertei para os riscos que corres. Nada mais posso fazer mas, pela última vez te digo, esquece a Mariana, ela já escolheu o seu caminho. Faz o mesmo. Aproveita os dias que passas com os teus filhos. Fá-los sentir companheiros e alegres por estarem com o Pai e não, por nunca ser, sentirem que os dias que te vsitam, servem apenas para compartilharem as tuas dores. Ou vais acabar por os perder, como perdeste a mãe.
Agora falando de trabalho. Eu e o Frederico passamos a parte da noite a passear nas zonas conhecidas da cidade. Vimos muitos carros grandes, de luxo até, seguimos um ou outro mas não encontramos nada de suspeito.
E tu vejo que estiveste a ver cassetes. E então?
Estive para passar o tempo. Mas olha esta imagem, este carro escuro grande, parado no parque da estação de serviço. Não se vê grande coisa mas parece o vulto de alguém que sai da viatura e começa a andar para a saída. Não achas nada estranho?
Passa outra vez, quero esclarecer uma coisa. Para. Aposto que não é o vulto de uma só pessoa, são duas pessoas muito juntas e só num ângulo é que dá para perceber.
Também reparaste? Para mim isso quer dizer que o assassino e a vítima caminhavam lado a lado e que a morte só foi concretizada na carrinha ou nas imediações. Reparaste que o vídeo tem a hora marcada. São precisamente 1 hora e 45 minutos do dia 16de Outubro de 2009.
A porta abriu-se e Frederico entrou. Bom dia nem esperaram por mim e pelas vossas caras vê-se que descobriram alguma coisa interessante.
É verdade, olha para esta imagem agora parada. Não vês um vulto a sair do carro estacionado no parque e parecendo levar uma pessoa? A bem ou a mal, mas foram juntos para a estrada.
Eu vejo melhor no computador. Vou copiar a disquete e ampliar. Cá estão os vossos suspeitos. Como podem ver se eu fizer zoom, das pessoas que saíram uma agarrava a outra, mas surpresa, vejam, ficou outra pessoa ao volante.
Parece que o nosso amigo tem um cúmplice.
O telefone toca. Figueiredo atendeu, ouviu, agradeceu e desligou.
Amigos, temos outro cadáver.
Afinal o meu pressentimento estava certo, e era capaz de apostar que este estará no mesma zona.
Então Chefe, não apostes, porque perdes. Prepara-te para uma surpresa. Desta vez a vítima vivia no último e único andar num edifício de Telheiras. Um andar de luxo. Já não falamos de criminosos de meia tigela. Mas foi executado do mesmo modo, garrote, e sinal gravado no peito, e ficou mesmo à porta de casa.
Ligaram-me dos homicídios, o cadáver foi encontrado às 9 horas da manhã, por um vizinho que apanhou um valente susto.
Figueiredo diz ao teu amigo que nós vamos já de seguida e que seremos nós a tomar conta da ocorrência. Não quero devassas no local do crime.
Não esqueças de tomar nota do endereço porque a zona não é fácil.
Vamos embora e ver que desafio é que o nosso “amigo” nos deixou.

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