domingo, 1 de maio de 2011

O EXECUTOR

11 – TANGO

Pedro voltou ao seu quarto, pegou na mala do computador e regressou à suite. Anne esperava-o com uma “penn” salientando que era naquele ficheiro que estava definida a missão ou seus contornos e eventuais ajudas.
Eu não conheço o conteúdo, precisou, e para que você não se sinta vigiado vou aguardar no quarto, com a porta fechada. Fique à vontade nesta saleta e chame-me quando terminar.
Como era de esperar o ficheiro estava protegido com senha que requeria o seu código de utilizador, mais a senha que só ele sabia por estar ligada ao seu código, escrito em palavras e números interligados.
Conseguiu entrar no ficheiro e a primeira informação que obteve foi, um aviso. O ficheiro seria automaticamente destruído à segunda tentativa falhada para o decifrar.
Enfim, pensou Pedro, tanta segurança que pretendem mostrar, quando qualquer curioso pode refazer o ficheiro ou copiar os dados do computador que o gravou ou o abriu.
A missão era raptar, uma personagem assinalado numa fotografia de satélite. A Organização não sabia a identidade nem a nacionalidade do homem suspeito de gerir o Banco virtual, a partir de um yacht que navegava quase em permanência entre Istambul, Palermo, Córsega e Marselha. Quando ancorava para reabastecimento num dos portos, terminava rapidamente a operação e depressa se fazia ao largo. O barco seria manobrado por cinco tripulantes e já tinham sido identificados seis seguranças armados.
Sabiam que os seguranças tinham sido recrutados nos Países da Europa de Leste, mercenários contratados entre ex-combatentes e eram dirigidos por um assessor do banqueiro suspeito.
No ficheiro estava identificado o barco “SOLEIL”, navegando sob a bandeira do Chipre.
As fotos fornecidas eram agora mais nítidas, tiradas por teleobjectiva, enquanto o barco fizera uma escala de reabastecimento em Marselha. Os vigias eram bem visíveis.
Noutra fotografia, via-se o barco ancorado na baía de Montecarlo e na amurada, vultos de mulheres.
Pedro sorriu, mulheres, significava festas e pode ser esse o ponto fraco.
Fez apenas cópia das fotografias, destruiu o ficheiro, queimando-o e lançando as cinzas na rede de esgotos.
Acabara de fechar o seu laptop e deu pela presença da mensageira encostada à porta do quarto, num gesto de desafio que sublinhava com um ousado vestido de noite.
Pensei, podíamos sair, jantar fora e dançar, como um casal em lua de mel. Eu adoro dançar Tango, propôs Anne. E você?
Pedro ia acrescentar qualquer coisa ao convite. Mas lembrou-se de Gabriela e recuou, dizendo:
- Sim acho uma boa ideia, mas não nos precipitemos, a noite vou reservar para, na tranquilidade do meu quarto, analisar o cenário e esquematizar a operação. Lamento, mas fiquemos pelo jantar e pelo tango. A lua de mel terá de esperar por outra ocasião.

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