segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

OS CRIMES DO X



6º. Episódio
Quinta-feira, 12.11.2009

Frederico tirou 6 cassetes e colocou-as na mesa. Agora é só passar, olhar e tentar encontrar algo. Presumo que o chefe se interesse por uma viatura que de madrugada tenha ficado estacionada na área de serviço, fora do alcance das câmaras de vigilância.
Assim só na filmagem da entrada e da saída poderemos encontrar algum indício.
Não te esqueças, acrescentou o companheiro, que falamos com um dos empregados que estava de serviço na noite de 16 de Outubro, primeiro crime. Ele garante que reparou numa viatura negra, compacta, destas agora em moda, que esteve estacionada durante bastante tempo. Mas não viu ninguém e também sabe que por vezes, são casais de namorados.
Entretanto Frederico ligou o projector começou a passar a cassete do dia16 de Outubro.
O que viram eram imagens de viaturas em reabastecimento, com os condutores e com maior visibilidade no acto de pagamento. Sugeriu que podiam assinalar as matrículas dos carros, com as características que o funcionário disse ter visto, e pedir a DGV a identificação dos proprietários. Mas Frederico, contrapõe o colega, era preciso que o suspeito que procuramos, fosse muito ingénuo para se deixar apanhar numa câmara de vídeo, de uma estação de serviço.
Monteiro recosta-se na cadeira, cruza as mãos na nuca enquanto olha fixamente para o colega.
Oh Chefe o que é que eu tenho para me olhar dessa forma? Pergunta Frederico?
Estremecendo, o Inspector confessa que estava a olhar na direcção mas, na realidade, estava a pensar no desafio que temos pela frente. O homem que perseguimos, deve ter um sangue frio extraordinário e uma mente brilhante. Temos de continuar a seleccionar casos para análise, na verdade esse é o caminho. Temos de encontrar entre as vítimas ou parentes próximos, alguém que corresponda ao perfil. Se encontra-mos um caso ou outro, lá vou ter de andar a pedir autorização para a realização de escutas, porque de outro modo, só com um tiro de sorte o apanhamos.
A não se que ele continue a matar e cometa um erro. Não será o primeiro, lembra o Figueiredo.
Sim é verdade, até porque nestes casos, matar passa a constituir não só um acto de vingança como um desafio. Por isso a tese de “quem mata torna a matar”. Mas se ele for inteligente e parar, ficaremos num beco sem saída.
Estou com dor de cabeça de ver tantas horas de vídeo. Vamos parar porque assim não vamos lá. Vocês aproveitem para descansar porque, hoje a partir da meia-noite, quero que dêem uma volta pela cidade, mas com o carro descaracterizado. Podem ter sorte e se cruzem com o nosso amigo.
Como o Inspector não se mexia da cadeira e enquanto os dois colegas já se preparavam para sair da sala, Figueiredo toca-lhe no braço dizendo:
-Vai também descansar, não te deixes dominar pelo desafio que te colocaram.
O Inspector olhou para o colega e amigo, acenou com a cabeça dizendo que tinha o pressentimento que algo iria acontecer.
Mas não vale a pena pensarmos nisso. O que tiver que acontecer acontecerá.

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