domingo, 16 de janeiro de 2011

UM HOMEM DE RESPEITO






1 - O NOVO INQUILINO
No café, ao lado da casa onde era porteira, a senhora Felicidade comentava com duas amigas e vizinhas:
- Ontem encontrei o novo inquilino do último andar. Eu já me tinha apercebido da entrada dos móveis e dos caixotes, pois os homens da camioneta utilizaram aquele elevador, ou como é que aquilo de chama, e tudo entrou pelas janelas. Ao princípio até me assustei, julgando fossem os bombeiros.
Mais, foi uma limpeza. Felizmente para mim, não andaram a sujar as escadas e os elevadores.
- A D. Felicidade teve sorte, pois outro dia também andaram em mudanças do quarto andar e a escada e os elevadores ficaram uma porcaria, respondeu a D. Maria. Eu até falei para o Administrador do prédio para ele ver os estragos, mas já não encontramos ninguém. Os inquilinos fizeram tudo a correr, parece que já não pagavam renda ao há mais de um ano.
- A senhora como sabe é D Maria, são gente jovem, provavelmente perderam o emprego e não lhes restou outro caminho que não fugirem.
Eu no meu prédio tenho gente simpática e outros que passaram por mim e nem os bons dias me dão. Pelo contrário, ontem quando encontrei o novo inquilino, estava eu a abrir a porta para ir recolher o caixote do lixo, fiquei com uma excelente impressão. Cumprimentou-me com um sorriso. É um homem ainda novo, muito bem vestido, que deu gosto ver.
A senhora ainda não viu a família ou já, pergunta a D. Albertina? Sabe é que acho estranho que um homem só fique a viver numa casa tão grande. Oxalá a senhora não venha a descobrir um corrupio de mulheres a subirem para o oitavo andar.
Ai D. Albertina, nem me diga uma coisa dessas. Eu não vi família, mas deu para ver que o inquilino é um homem de respeito.

Sem comentários:

Enviar um comentário