terça-feira, 18 de janeiro de 2011

UM HOMEM DE RESPEITO




3 – DÚVIDAS

D. Felicidade, deixou de comentar o assunto com as amigas e com o marido não teve uma única palavra. Ela percebera que só podia contar consigo própria.
Deixou passar uns dias e na sexta-feira, quando, como sempre, se encontrou com o inquilino, reparou que ele transportava um saco com identificação de uma lavandaria. Aproveitou a ocasião e prontificou-se a recomendar uma mulher-a-dias, de toda a confiança, para o ajudar, com a limpeza do chão, as roupas, enfim aquelas tarefas que os homens não gostam de fazer. O senhor fale comigo que eu chamo a senhora para a conhecer e com ela acertar o serviço que quer.
- Eu agradeço muito a sua atenção mas, como vivo há tanto tempo só e não utilizo a cozinha, o trabalho não é muito e até eu ou faço, para me distrair. Levo a roupa a uma lavandaria que conheço há muito e depois passo por lá para a recolher, lavada e engomada.
- Eu compreendo senhor doutor e só queria ajudar. E pode contar sempre comigo quando precisar.
- Sem dúvida que o farei, mas lembre-me o seu nome, se já mo disse, desculpe não fixei.
- Não senhor Doutor, não disse. Chamo-me Felicidade Dias e sou a porteira.
-Felicidade, que nome bonito a senhora tem. Aposto que, para além de ser muito prestável, é uma pessoa de confiança.
Não gosto que chame de doutor, o meu nome é Frederico Pires. Mas como a senhora já reparou, sou muito reservado e não gosto muito de conviver com vizinhos. Há pessoas que apreciam mas eu não, porque a pessoa perde a intimidade. Mas a senhora tem sido tão simpática que terei sempre muito gosto em falar consigo. Havemos de falar outra vez, pois também lhe queria perguntar se a senhora tem e me pode dar a chave de acesso ao terraço.
Mas agora tenho mesmo que sair, porque já estou a ficar atrasado para um encontro de negócios. Amanhã ou depois falaremos.
A porteira ficou na rua, fingindo estar a varrer o passeio, mas na qualidade seguia o caminho do inquilino. Porém ele voltou na primeira rua à direita ela deixou de o ver. Pensou que ele deveria ter o automóvel estacionado naquele rua. Mas não é grande escolha pois há sempre poucos lugares. Ou será que ele não tem carro e não quer mostrar, pensou para os seus botões?
É muito estranho, parece ser uma pessoa com dinheiro, sempre com um fato diferente e escuro ou que, para um homem novo não é muito normal. Mas quem sabe não é viúvo?
Apesar da simpatia da conversa, a porteira também ficou a magicar no pedido da chave de acesso ao terraço. Ela tinha a chave mas nunca nenhum inquilino a pedira. Mas para é que ele quer ir ao terraço?

Sem comentários:

Enviar um comentário